Por Joyce Ferreira – Publicado 25/02/2025
Fonte: Pexels
Se você é designer ou trabalha em áreas relacionadas ao design, provavelmente já se deparou com uma variedade de metodologias para estruturar seu trabalho. Mas com tantas opções, como escolher a melhor para o seu projeto? Neste artigo, vamos explorar as principais metodologias de design que têm sido amplamente adotadas por profissionais ao redor do mundo, discutir como utilizá-las de forma eficaz e quais ferramentas podem tornar seu processo mais ágil e produtivo. Se você está em busca de uma forma estruturada de organizar suas ideias ou melhorar seus resultados, continue lendo!
O Design Thinking é uma abordagem centrada no usuário, a mais popular para designers. A ideia central é a empatia: entender as necessidades e problemas do usuário antes de chegar a uma solução. O processo segue cinco fases: Empatia, Definição, Ideação, Prototipagem e Testes.
Durante a fase de Empatia, você se dedica a compreender profundamente os desafios e a jornada do usuário. Ferramentas como Google Forms ou Typeform podem ser usadas para realizar pesquisas de campo, enquanto Miro e Mural são perfeitos para organizar as informações e mapear insights visuais. Na fase de Definição, você transforma esses dados em um problema claro e específico, ferramentas como o Gerador de Personas da Maikon.biz podem ser úteis para criar perfis detalhados de clientes ideais.
A fase de Ideação é quando a magia acontece. A criatividade flui, e você pode usar Miro para realizar brainstorming ou esboços rápidos em Pen & Papel. Já na Prototipagem, você começa a materializar as ideias com ferramentas como Figma, Sketch ou Adobe XD. Testar essas soluções com usuários reais através de plataformas como UserTesting ou Lookback vai garantir que seu projeto esteja no caminho certo.
Exemplo prático: Uma equipe de design de uma empresa de e-commerce pode usar Design Thinking para melhorar a experiência do usuário no site. Começam pesquisando as necessidades dos clientes (empatia), definem o problema da dificuldade de navegação (definição), geram soluções para tornar o site mais intuitivo (ideação), criam protótipos de novas páginas (prototipagem) e testam a usabilidade com clientes reais (testes).
A metodologia Double Diamond também visa criar soluções inovadoras, mas seu diferencial está na forma como explora e refina as ideias. Ela se divide em quatro fases: Descobrir, Definir, Desenvolver e Entregar.
Na fase de Descobrir, você explora o problema de forma ampla. Aqui, Miro e Mural são excelentes para realizar a pesquisa colaborativa. Após coletar dados suficientes, a fase de Definir permite refinar o problema, usando ferramentas como Affinity Diagrams para organizar os insights. A fase de Desenvolver é quando você começa a trabalhar nas soluções, criando protótipos e ajustando com base no feedback, com ferramentas como Figma ou Sketch.
Por fim, na fase de Entregar, a solução é refinada e preparada para ser entregue ao público. Aqui, ferramentas como InVision são perfeitas para fazer o upload de protótipos e validar com usuários reais.
Exemplo prático: Uma empresa que desenvolve um aplicativo de saúde pode usar a metodologia Double Diamond para descobrir as reais necessidades de seus usuários (descobrir), definir que o principal desafio é a dificuldade de navegação no app (definir), desenvolver alternativas para tornar o aplicativo mais intuitivo (desenvolver), e, finalmente, entregar a solução otimizada para os usuários (entregar).
O Design Sprint, popularizado pelo Google Ventures, é uma metodologia que visa resolver problemas críticos em apenas cinco dias. A ideia é criar uma solução prototipada e testá-la com usuários reais em tempo recorde. O processo começa com o mapear o problema e entender os objetivos. No segundo dia, é hora de esboçar possíveis soluções, e no terceiro dia, a equipe faz uma decisão sobre qual caminho seguir. No quarto dia, o protótipo é criado, e no quinto dia, ele é testado com os usuários.
As ferramentas que ajudam a acelerar esse processo incluem Miro para organização e brainstorming, Sketch ou Figma para prototipagem e UserTesting para validar com usuários.
Exemplo prático: Se uma startup de tecnologia precisa melhorar a experiência de seu software em pouco tempo, ela pode realizar um Design Sprint. Após definir o problema no primeiro dia, a equipe esboça várias soluções, escolhe a melhor, cria um protótipo e testa com usuários reais no final da semana.
O Lean UX é uma metodologia baseada na agilidade, ideal para equipes que precisam entregar rapidamente. Diferente do Design Thinking, que pode levar mais tempo, o Lean UX aposta em ciclos rápidos de prototipagem e feedback contínuo.
A ideia é minimizar o trabalho inicial e focar em entregar o mínimo viável (MVP) para obter retorno dos usuários o mais rápido possível. A colaboração constante entre a equipe e o feedback constante dos usuários são pontos-chave. Ferramentas como Trello e Jira ajudam a gerenciar as tarefas e iterações rápidas, enquanto Figma e InVision permitem criar protótipos rápidos.
Exemplo prático: Imagine que você está desenvolvendo uma plataforma de ensino online. Com o Lean UX, você começa criando um protótipo básico com as funções principais, testa com um grupo de usuários e, com base nos feedbacks, faz ajustes e melhorias rapidamente.
A metodologia ágil tem sido amplamente adotada por equipes de desenvolvimento e design, especialmente em projetos digitais. Scrum e Kanban são dois dos frameworks mais utilizados. No Scrum, os projetos são divididos em sprints curtos e intensivos, com entregas rápidas e constantes. Já o Kanban foca na visualização do fluxo de trabalho para aumentar a eficiência e produtividade.
O Scrum exige o uso de ferramentas como Jira ou Trello para gerenciar as tarefas durante cada sprint, enquanto o Kanban pode ser implementado através de quadros visuais (usando o próprio Trello ou Miro). Ambos os frameworks ajudam a manter a equipe focada e eficiente.
Exemplo prático: Uma equipe de design trabalhando em um site de e-commerce pode usar Scrum para dividir as tarefas em sprints de 2 semanas, sempre entregando uma nova funcionalidade ou melhoria ao final de cada sprint.
Não existe uma resposta única sobre qual metodologia é a melhor, pois a escolha vai depender do tipo de projeto, dos objetivos da equipe e dos prazos. Contudo, o Design Thinking e o Double Diamond são excelentes para quem busca soluções inovadoras e centradas no usuário, enquanto o Design Sprint é ideal quando há pouco tempo para resolver um problema urgente. O Lean UX funciona bem para equipes ágeis que priorizam velocidade, e as metodologias Scrum e Kanban são perfeitas para projetos digitais que exigem entregas constantes.
Por causa de suas características distintas, cada metodologia oferece um conjunto de ferramentas e processos que podem ser adaptados à sua realidade. Em suma, escolha a que melhor se alinha ao seu projeto e comece a aplicar hoje mesmo!
Dica Extra: Se você ainda não aplicou nenhuma dessas metodologias, experimente! Cada uma delas tem um potencial único de transformar a forma como você trabalha, seja em um projeto individual ou em equipe.
Brown, T. (2009). Change by Design: How Design Thinking Creates New Alternatives for Business and Society. HarperBusiness.
Knapp, J., Zeratsky, J., & Kowitz, B. (2016). Sprint: How to Solve Big Problems and Test New Ideas in Just Five Days. Simon & Schuster.
Publicado 25/02/2025
Atualizado 25/02/2025